
O líder e o secretário da Fazenda do MA, Cláudio Trincão, que é também coordenador dos secretários de Fazenda dos estados, reforçou que o futuro dos estados, principalmente dos menos desenvolvidos, estará em jogo no Legislativo Federal, “em meio ao mais intenso conflito dos últimos anos, envolvendo a partilha dos recursos e a distribuição dos encargos na Federação”.
Vinte e três governadores participaram da reunião, presidida pelo presidente da Câmara, Henrique Alves e do Senado, Renan Calheiros. A discussão sobre o Pacto terá desdobramentos, no dia 20, num encontro com todos os prefeitos das capitais.
“As prefeituras estão enfrentando dificuldades com o esvaziamento de suas receitas”, afirmou o deputado. Além dos cortes no Fundeb, ele citou a redução do piso per capita por aluno/ano do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), que atingiu municípios do estado do Maranhão e de outros Estados. A medida interfere significativamente no valor repassado pelo Governo Federal às prefeituras.
Sobre o encontro, Sarney Filho disse que “embora as necessidades não sejam iguais para todos os estados, há temas que os atingem igualmente, como a necessidade de diminuição do teto para o pagamento da dívida para com a União e a necessidade de reforço aos programas de desenvolvimento regionais”.
Propostas
Os governadores que participaram da reunião apresentaram quatro propostas. A primeira delas é reduzir o comprometimento de receitas dos estados por conta das dívidas com a União. Essa dívida chegou a R$ 394,8 bilhões em janeiro de 2013. Os estados comprometem parte do que arrecadam para pagar juros e amortizações - de 11,5% a 15% da renda total. A proposta dos governadores é alterar o Projeto de Lei Complementar 238/13 e incluir uma redução de comprometimento em 33%.
A segunda ideia dos governadores é votar uma proposta de emenda à Constituição (PEC 172/12) que deixe claro no texto o impedimento de que novas despesas sejam criadas sem que novas receitas também constem da proposta.
A terceira sugestão dos governadores, que ainda não foi concretizada como proposta legislativa, é alterar a fonte dos fundos de participação dos estados e do fundo de participação dos municípios. Hoje, esses fundos têm como origem a arrecadação do Imposto de Renda (IR) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Os governadores pedem que duas contribuições também passem a fazer parte dessa base: a Contribuição sobre Lucro Líquido (CSLL) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). O percentual destinado a cada ente também muda. A ideia é que a União receba em 2013 tanto quanto arrecadou em 2012.
Outro pedido feito pelos governadores foi acabar com o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep). A partir de 1988, com a Constituição Federal, os recursos arrecadados deixaram de ser creditados aos participantes e passaram a compor o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), para custear o pagamento do seguro-desemprego, do abono salarial e para fomentar o setor produtivo, por meio de linhas de crédito especiais do FAT. O fundo continua exigindo que governadores redirecionem à União aproximadamente 1% do que arrecadam.
Além da pauta formal apresentada, os governadores também defenderam o projeto relatado pelo senador Walter Pinheiro que estabelece as regras de distribuição do fundo de participação dos estados. O substitutivo do senador garante aos estados receberem até 2015 o mesmo valor absoluto recebido em 2012. Durante esse período, o excedente do que for arrecadado passará a ser distribuído de acordo com dois critérios: população e renda per capta domiciliar. A partir de 2015, esses critérios seriam utilizados para fazer 100% da distribuição.
Assessoria de imprensa do deputado Sarney Filho/Agência Câmara
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