quinta-feira, 29 de março de 2012

Sarney Filho alerta sobre ameaças às leis ambientais em encontro com oceanógrafa


O coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado Sarney Filho (PV-MA), afirmou hoje, no encontro com a oceonógrafa norte-americana Sylvia Earle - que foi recebida pelo presidente do Senado - José Sarney, que a visita ocorre “num momento sensível em que o Brasil discute modificações em sua legislação ambiental”.

“ Que essa visita possa servir para aumentar a reflexão não só dos interessados na causa, mas da população em geral – disse. Ele citou as tentativas de retrocesso na legislação ambiental com as mudanças propostas pelos ruralistas no Código Florestal e também na PEC 215/00. Na reunião, a oceanógrafa afirmou que o Brasil precisa assumir a liderança das iniciativas de preservação dos mares diante da extensão do seu litoral.

Sarney Filho reforçou a preocupação manifestada por Sylvis Earle sobre a redução drástica dos estoques de pescado em todo o mundo. “No Brasil, fala-se em aumentar a pesca, mas isso é um contrassenso, já que na proposta do novo  Código Florestal, estão tentando aprovar a instalação de fazendas  de criação de  camarões em manguezais”, criticou o deputado

Para ele, mais urgente agora é cuidar do pescador artesanal e adotar medidas que diminuíam o impacto ambiental da pesca no Brasil, como o saneamento básico das cidades ao longo do litoral, o despejo de lixo nas águas e o uso de redes que destroem o fundo do oceano, entre outras agressões. Sarney filho anunciou que vai apresentar um projeto que transforma as regiões de corais no Brasil em áreas de preservação permanente.

Alerta

Diretor do programa marinho da Conservação Internacional (CI), Guilherme Dutra, também alertou para a necessidade de o Brasil dar mais atenção à preservação do mar. Segundo ele, menos de 2% do litoral brasileiro é preservado.

O senador José Sarney disse que é preciso mudar esse cenário. “Precisamos sensibilizar a população, o governo e o próprio Congresso Nacional sobre a necessidade de preservação das áreas marítimas, que não teve até hoje o mesmo tratamento dado a áreas terrestres – salientou Sarney.

Conhecida em seu país como “Her Deepness” (ou “Sua Profundeza”, um trocadilho com “Her Highness”, “Sua Alteza”), Earle acumula quase seis décadas de pesquisas na área. Ela foi a primeira mulher a comandar um grupo de “aquanautas” que viveu durante duas semanas a 15 metros de profundidade e foi o primeiro ser humano a mergulhar a 380 metros usando apenas um traje especial. Para ela, a realização da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, será uma oportunidade para sensibilizar o país para essa causa.

Como exemplos de proteção dos mares e oceanos, Sylvia Earle citou Austrália e Reino Unido, que, conforme apontou, aprovaram recentemente a criação de reservas marinhas com aproximadamente um milhão de quilômetros quadrados.

-É preciso uma mudança de atitude. Se não preservarmos os mares e peixes, em breve também não haverá pescadores. Temos que pensar nos peixes não apenas como produtos e mercadorias, mas na preservação dessa fauna – disse.

Roberto Klabin, presidente da Fundação SOS Mata Atlântica, também pediu mais discussão no Congresso sobre a preservação da biodiversidade marinha. Ele afirmou que a exploração de petróleo na camada pré-sal passa também pela discussão dos aspectos ambientais. Ele também sugeriu a criação de grupo de trabalho sobre o tema no Senado.

Assessoria de Imprensa do Deputado Federal Sarney Filho/ Agência Senado

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Os comentários não representam a opinião do blog "Maranhão no Congresso". A responsabilidade é única e exclusiva dos autores das mensagens.

E não serão publicados comentários anônimos favor identificar-se.