Os sucessivos vazamentos de petróleo na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, devem servir de alerta para o país, disse hoje (11) o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados, Sarney Filho (PV-MA). Para o parlamentar, os acidentes indicam que é preciso “ter muita cautela” com a exploração do óleo na camada do pré-sal.
Amanhã (12), a Comissão de Meio Ambiente ouvirá representantes da Chevron sobre os vazamentos ocorridos na área operada pela petrolífera norte-americana no Campo de Frade. Sarney Filho adiantou à Agência Brasil que, na reunião, será tratado também o vazamento de óleo em plataformas da Petrobras localizadas no Rio de Janeiro.
“Esses vazamentos todos nos dizem o seguinte: precisamos ter muita cautela com o pré-sal. O pré-sal é uma coisa nova, diferente, é uma exploração em águas profundas, e o que aconteceu com a Chevron e o que está acontecendo com Petrobras, que são grandes empresas, com vasta experiência em prospecção de petróleo, é preocupante”, afirmou.
Sarney Filho alertou que é preciso detalhar os planos de contingência para evitar danos ao meio ambiente quando as atividades na área do pré-sal estiverem ocorrendo em larga escala. “Porque, se, com essas empresas, com todo o cabedal de conhecimento de análises geológicas, está ocorrendo isso, imagine quando vierem para cá outras empresas, quando vários poços de petróleo estiverem sendo explorados [na camada do pré-sal]. Devemos discutir estruturalmente, não só a punição, a reação, mas também a prevenção.”
Apensar dos recentes vazamentos, Sarney Filho disse que não vê riscos na exploração de petróleo na camada do pré-sal, desde que sejam tomadas medidas preventivas. “Não vejo [o pré-sal] ameaçado, mas vejo com preocupação aquilo que já se sabia: que a exploração de petróleo oferece alto risco ambiental. Imagina isso em águas tão profundas, como vai ser a exploração do pré-sal."
O deputado ressaltou que, embora não veja riscos, é preciso tomar todas as precauções com os planos de contingência para vazamentos. "Eles têm que ser muito bem concebidos para que, se houver esse tipo de
acidente, possamos reagir a eles.”
IPor Ivan Richard - Agência Brasil
Edição: Nádia Franco
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