sexta-feira, 25 de maio de 2012

Sarney Filho falou sobre assassinado dos extrativistas Zé Claudio e Maria há um ano


O líder do Partido Verde, deputado Sarney Filho (PV-MA), lembrou ontém (24) do assassinato dos extrativistas e ambientalistas José Claudio e sua mulher, Maria do Espírito Santo, ocorrido há um ano, no Pará.  “Aqui, desta tribuna, no dia 24 de maio do ano passado, quando estava sendo votado o projeto do Código Florestal, anunciei as mortes e li a entrevista concedida por Zé Claudio semanas antes ao jornalista Felipe Milanez”, disse o deputado emocionado.

“Foi exatamente no dia em que nos impingiram aqui a primeira derrota do Código Florestal. Por coincidência, hoje, a presidenta Dilma tem a rara oportunidade de fazer uma reparação histórica de justiça. Quero pedir à presidenta que vete o texto do Código Florestal, em homenagem não só à memória do casal, mas também à memória dos que estão vivos, das futuras gerações, porque, se nós não colocarmos nos devidos termos o retrocesso aprovado por este Congresso e principalmente pela Câmara dos Deputados, estaremos comprometendo o futuro dos nossos filhos e dos nossos netos”, afirmou o líder.

Em seguida, o deputado releu parte da entrevista de José Claudio a Felipe Milanez, lembrando que foi vaiado enquanto lia o texto na sessão de votação, há um ano.

“Fui conhecer a Majestade, a maior castanheira do lote de José Cláudio Ribeiro da Silva e dona Maria do Espírito Santo, a maior castanheira que eu já vi na vida, a maior castanheira que ele também diz já ter visto. O casal vive da coleta de castanha e extração de essências da floresta, no assentamento extrativista Praia Alta Piranheira no violento sudeste do Pará. Negam-se a negociar árvores da floresta com madeireiros da região que serram ilegalmente até as castanheiras, que são protegidas por lei.

O repórter pergunta: Quando uma árvore dessas é cortada, a seiva te lembra sangue?
Zé Cláudio responde: Meu amigo, ela exala um cheiro quando está sendo cortada que vocêsente. Quando vai cair, você escuta o gemido dela: ela range, no tronco. Aí, você vê as folhas se mexendo como quem vai dando adeus. Aí, você escuta um estrondo. Mais um gigante da selva tombou. Outro dia, estávamos aqui e escutamos a motosserra zunindo, e veio o estrondo. Falei para a dona Maria: vamos lá? Vamos? Caiu bem perto do nosso lote, mas não chegou a cair na nossa terra. Eles iam derrubando tudo.

Assessoria de imprensa do deputado Sarney Filho

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