A Câmara aprovou o projeto que disciplina os direitos da Fifa na realização da Copa do Mundo de 2014. Após um longo processo de negociação, o Plenário votou a Lei Geral da Copa, que estabelece normas sobre questões como os direitos de transmissão dos jogos, a venda de produtos associados ao evento e as exigências para a entrada de estrangeiros no país no período do Mundial.
Mas a principal polêmica foi sobre a permissão da venda de bebidas alcoólicas nos estádios, hoje proibida pelo Estatuto do Torcedor. Esse ponto foi duramente criticado por integrantes da bancada da saúde e por evangélicos, como o deputado Anthony Garotinho, do PR fluminense. Ele lembrou uma observação feita por um delegado da Fifa em 2010.
"Desde que adotamos esta medida - proibir a venda de bebidas nos estádios - houve uma redução significativa da violência em torno e dentro dos estádios pelo mundo todo. Quem diz isso é a Fifa. A Uefa acabou de proibir a comercialização de bebida nos jogos por ela organizados. Não transfiramos a responsabilidade para os estados."
O líder do PV, o deputado maranhense Sarney Filho, defendeu o texto aprovado, que determina que a Fifa deverá negociar a permissão para a venda de bebidas diretamente com as cidades-sede dos jogos da Copa.
"O Brasil assinou um compromisso formal com a Fifa. A Copa não é um campeonato regional, é como se fosse um espetáculo. Não vai se instalar a venda de bebida alcoólica nos campeonatos estaduais nem nos nacionais. Vai apenas se fazer uma excepcionalidade."
O relator acatou 15 da 66 emendas apresentadas ao texto, como a que garante pelo menos 1% dos ingressos para pessoas com deficiência e também que pelo menos 10% dos 300 mil ingressos populares sejam para jogos disputados pela seleção brasileira. O deputado Vicente Cândido, do PT paulista, classificou como o resultado possível o projeto aprovado nesta quarta.
"É o que foi possível construir dentro da polêmica que é o futebol, as entidades, dirigentes esportivos, dentro da polêmica que a mídia ajuda a provocar quando se trata de futebol, então é um texto que eu diria que atinge 80% da média dos atores envolvidos no texto. Não é o texto do governo, não é da Fifa, não é do Congresso, não é da sociedade civil, foi o que foi possível construir."
Fonte: Agência Câmara
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