“Petrobras: descrédito nacional e situação de calamidade”

O último levantamento oficial divulgado sobre os indicadores de crescimento da Petrobras serviu de alerta. Na verdade, foi um indigesto balde de água fria para todos nós, confirmando a situação de calamidade e total descontrole que se instalou na empresa brasileira de capital aberto. É lamentável olhar para os antigos números e constatar que a Petrobras, há menos de uma década, era sinônimo de avanço tecnológico e desenvolvimento econômico e social para o país.

Os levantamentos recentes mostram que em 2012 a Petrobras teve uma queda no lucro líquido em 36%. Além disso, gastou U$ 7,2 bilhões com importação de derivados de petróleo: gasolina, diesel e querosene, o que reforça o quadro de colapso e falta de gestão, embora ainda haja demagogia por parte da atual gestão para reconhecer a situação de crise instalada e que vem se agravando a cada dia.

Como presidente da executiva regional do PSDB maranhense, tive o grande prazer de prestar minha colaboração nas reflexões em torno desse quadro preocupante durante o seminário “Recuperar a Petrobras é nosso desafio- PSDB: A favor do Brasil, a favor da Petrobras”. Posso afirmar com segurança que os debates lançaram luz na célebre frase “O petróleo é nosso”. Lamentavelmente, começamos a verificar que o famoso bordão criado décadas atrás começa a ficar desacreditado em razão das políticas administrativas e de gestão que vêm sendo empregadas na Petrobras.

Para elevar ainda mais o quadro preocupante, a Petrobras perdeu em dois anos 47,7% do seu valor de mercado, e está sendo vista atualmente com desconfiança pelo mercado financeiro. Isso pode colaborar ainda mais para o período de recessão e tempos de inflação que tanto ameaçam a estabilidade econômica, alcançada duramente no governo de Fernando Henrique Cardoso com muito esforço e colaboração do nosso partido.

Não podemos deixar de lembrar que neste ano a Petrobras já anunciou duas altas nos preços do diesel e uma para a gasolina, após outros reajustes em 2012, num movimento que busca alinhamento dos valores com a cotação internacional em uma perspectiva de médio e longo prazo. Sabemos perfeitamente que medidas como essas buscam equacionar as contas da empresa, que seguem descontroladas.

Cabe a nós a responsabilidade que temos para com o Brasil em estar atentos vigilantes, denunciando, condenando e cobrando os abusos, mas principalmente apresentando propostas e alternativas. Portanto, o seminário organizado pelo partido foi um importante passo para marcar nossa posição conteria ao modelo de gestão que vem sendo aplicado na Petrobras.

Os indicadores e estudos que avaliam o crescimento da Petrobras mostram a produção cresceu meros 3% ao ano com a gestão do atual governo. Destoando desse quadro de engessamento, não poderíamos deixar de citar a administração de Fernando Henrique, entre 1997 e 2002, quando a produção dobrou de 800 mil barris/dia para 1,6 milhão de barris/dia.

Nesse ritmo de estagnação no crescimento é preciso destacar ainda a meritocracia como critério para o preenchimento dos cargos gerenciais da Petrobras, problema esse que vem contribuindo seriamente para a utilização da Petrobras como plataforma estratégica a serviço do atual governo.

Essas mazelas que vêm se alastrando na Petrobras precisam ser combatidas e descartadas com pífio modelo de gestão atual. Ou modificamos essa situação de total ineficiência e maus tratos com a mais importante empresa brasileira de capital aberto, ou iremos dentro em muito breve ter que amargar uma situação de falência.

A mensagem e bandeira que vem sendo levantada por todos nós do PSDB é de emergência. Vamos unir esforços pela manutenção do legado histórico da Petrobras para o Brasil. É através desse espírito suprapartidário em defesa do “nosso petróleo” que nós brasileiros devemos lutar. A Petrobras é do povo brasileiros e não vamos deixar que afundem ela.

Deputado Federal Carlos Brandão