sexta-feira, 3 de maio de 2013

Waldir Maranhão prestigiará a Festa do Divino da Casa das Minas


No próximo domingo (05 de maio) tem início uma das mais tradicionais “Festas do Divino” de São Luís do Maranhão, organizada pela Casa das Minas, com diversas atividades religiosas e profanas na comunidade de São Pantaleão que se estenderão por todo o mês de maio e o deputado federal Waldir Maranhão já garantiu sua presença nas solenidades de abertura.

"É uma honra para mim participar de tão importante evento da religiosidade maranhense, nessa Casa, que além de sua importância histórica, representa a raiz do Tambor de Mina. A mais singular manifestação das religiões de matrizes africanas em nosso estado", ressalta o parlamentar.

A festa do Divino gira em torno de um grupo de crianças, chamado império ou reinado. Essas crianças são vestidas com trajes de nobres e tratadas como tais durante os dias da festa, com todas as regalias. O império se estrutura de acordo com uma hierarquia no topo da qual estão o imperador e a imperatriz (ou rei e rainha), abaixo do qual ficam o mordomo-régio e a mordoma-régia, que por sua vez estão acima do mordomo-mor e da mordoma-mor. A cada ano, ao final da festa, imperador e imperatriz repassam seus cargos aos mordomos que os ocuparão no ano seguinte, recomeçando o ciclo.

E se desenrola em um salão chamado tribuna, que representa um palácio real e é especialmente decorado para este fim. A abertura e o fechamento desse espaço marcam o começo e o fim do ciclo da festa, durante o qual se desenrolam as diversas etapas que, em conjunto, constituem um ritual extremamente complexo, que pode durar até quinze dias: abertura da tribuna, busca e levantamento do mastro, visita dos impérios, missa e cerimônia dos impérios, derrubamento do mastro, repasse das posses reais, fechamento da tribuna e carimbó de caixeiras.

Entre os elementos mais importantes da festa do Divino estão as caixeiras, senhoras devotas que cantam e tocam caixa acompanhando todas as etapas da cerimônia. As caixeiras são em geral mulheres negras, com mais de cinqüenta anos, que moram em bairros periféricos da cidade. É sua responsabilidade não só conhecer perfeitamente todos os detalhes do ritual e do repertório musical da festa, que é vasto e variado, mas também possuir o dom do improviso para poder responder a qualquer situação imprevista.

A Casa das Minas

A Casa das Minas localiza-se em São Luís, encontrando-se tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), pelo processo nº 1464-T-00, de 2002.

Os voduns da Casa das Minas, de quem se conhecem os nomes de aproximadamente sessenta, agrupam-se em três famílias principais e duas que são hóspedes da casa, a saber: a família real de Davice, a que pertence o vodum dono da casa,  Zomadônu e outros, que como ele são relacionados com a família real do Daomé, como: Dadarrô, Doçú, Bedigá, Sepazin, Agongônu, Toçá, Tocé, Jogorobossú; a família de Quevioçô (dos voduns chamados nagôs), como Badé, Sobô, Lôco, Liçá, Averequête, Abê e outros; a família de Dambirá (que cura a peste e outras doenças), chefiada por Acossi Sakpatá e que incluí entre outros Azíli, Azônce, Polibojí, Lepon, Alôgue, Ewá, Bôça e Boçucó.

Existem ainda voduns agrupados na família de Aladanu, hóspedes de Quevioçô, como Ajaúto e Avrejó e da família de Savaluno, hóspede de Zomadônu, como Agongonu e Jotim. Cada família ocupa uma parte específica da casa e tem cânticos, comportamentos e atividades próprias.

Na Casa das Minas as vodunsis só recebem um vodum e só dançam quando estão com ele. Durante o transe os voduns não comem, não bebem, não satisfazem necessidades fisiológicas, cantam e dançam com os olhos abertos, conversam entre si e com devotos, dão conselhos e alguns gostam de fumar.

Na mina-jeje os toques são realizados por três tambores com couro numa só boca (hum, humpli e gumpli), batidos com a mão e com aguidavi. São também acompanhados pelo ferro (gã) e por cabaças pequenas revestidas de contas coloridas. Nas festas as vodunsis em transe, usam saias lisas na mesma cor ou estampada, blusa branca rendada, toalha branca bordada amarrada no seio ou na cintura, guias e rosários de miçangas pequenas coloridas em que predominam o marrom (gonjeva), carregam na mão um lenço branco pequeno e usam sandália. Algumas usam símbolo do seu vodum, como bengala, rebenque, guizos, lenço colorido no ombro e cabelos soltos.

Conheça a programação

05 de maio de 2013 (Domingo)
14h-Abertura da tribuna e buscamento do mastro.

08 de maio de 2013 (Quarta-feira)
19h30-Levantamento do mastro e Ladainha.

09 de maio de 2013 (Quinta-feira)
12h-Almoço; e
18h-Missa na Igreja de São Pantaleão e Cortejo até a Casa das Minas.

14 de maio de 2013 (terça-feira)
20h-Visita dos Impérios (Casa das Minas).

15 de maio de 2013 (Quarta-feira)
20h-Visita dos Mordomos (Casa das Minas).

19 de maio de 2013 (Domingo)
05h- Alvorada ao pé do mastro;
08h-Missa na Igreja de Santana e cortejo dos impérios até a casa das Minas;
12h-Almoço dos impérios;
17h30-Toque de caixas ao pé do mastro;
19h30-Jantar dos impérios; e
20h30-Ladainha na sala dos impérios.

20 de maio de 2013 (Segunda-feira)
19h30-Derrubamento do mastro;
20h- Jantar dos impérios; e
21h30-Fechamento da tribuna e posse aos novos impérios.

21 de maio de 2013 (Terça-feira)
17h30- Serramento do Mastro e o Carimbó das Caixeiras com arroz de toucinho e camarão seco; e
19h- Tambor de Crioula no Quintal.

Um comentário:

  1. Poderia também atentar muito para a festa do divino na Casa de nagô. Que é irmã da casa de Mina, e filho primeiro... e ja está até mesmo um tanto esquecida já... uma reportagem, pequena que fosse seria bom... a cultura la também é muito forte e grandiosa...

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