terça-feira, 18 de setembro de 2012

São Luís 400 Anos – Entre críticas e exaltações, parlamentares sugerem dias melhores para a única capital brasileira fundada por franceses



Deputados que integram a Bancada Federal do Estado do Maranhão no Congresso Nacional falam o que pensam e esperam da capital maranhense e manda a sua mensagem pela passagem do seu quarto centenário


Os índios tupinambás, seus primeiros habitantes, a chamavam de Upaon-Açu (Ilha Grande). A caravana francesa comandada por Daniel de La Touche, Senhor de La Ravardière, que em 8 de setembro de 1612 aportou no local, tinha a pretensão de transformar aquele pedaço de Brasil na ‘França Equinocial’ e batizou o lugar em homenagem da rei Luiz XIII. Foram expulsos pelos portugueses, que depois expulsaram os holandeses, e ainda trouxeram os negros da África para a lavoura.
 Esse emaranhado de povos formou a histórica e a cultura de São Luís do Maranhão, que completou 400 anos.

Em quatro séculos, a capital maranhense, que fica entre o Norte e Nordeste brasileiro, com aspecto geográfico amazônico e cultura nordestina, já recebeu vários cognômicos e tpitulos: Athenas Brasileira (pela sua produção literária e por projetar nomes como Gonlaves Dias, Coelho Neto, Graça Aranha, e outros mais contemporâneos com José Chagas, Lauro Machado, Ferreira Gullar e gama de poestas), Cidade dos Azulejos,  Ilha do Amor, Ilha Rebelde, Terra do Bumba-meu-Boi, Jaimaca Brasileira e Patrimônio Cultural da Humanidade.

Uma ilha que já teve “muitos donos”: Os portugueses, comandados por Alexandre de Moura, expulsaram os franceses para se apossaram das terras, tesouros e outras ‘descoberta’, em 1615. A esquadra holandesa comandada por Jan Cornelizoon Lichtardt e pelo coronel Koin Handerson, chega depois, por volta de 1641, com o propósito de expandir a indústria açucareira na região. Mas os portugueses, ambiciosos sempre, iniciam um conflito em 1642 e dois anos depois ‘botaram turma pra correr’.

Uma ilha de contrastes – como é todo o Maranhão: de muitas histórias, lendas, rica cultura e belezas naturais. E, de muitos problemas. Nossa reportagem ouviu vários parlamentares que integram a Bancada Federal do Estado do Maranhão no Congresso Nacional. Entre criticas e exaltações, eles pontuam algumas questões que podem prolongar os anos de vida da capital maranhense. É o que mostramos a seguir.

“Mobilidade urbana e esgotamento sanitário"

São Luís é uma cidade que ostenta uma beleza arquitetônica impressionante. Mas, para se firmar como uma cidade turística precisa de um projeto de mobilidade urbana, para que haja uma circulação mais ágil dos transportes. E, também, uma reforma e manutenção dos seus casões coloniais e prédios históricos como um todo. A questão do saneamento básico deve ser visto como algo urgente e prioritário, com a implantação de esgotos sanitários, de forma a não poluir suas belas praias, como acontece hoje. Espero que novo gestor municipal observe todos esses pontos.
 Professor Sétimo Waquim (PMDB)
Membro da Comissão de Educação e Cultura

“Motivo de inspiração e luta"

São Luís é a cidade em que nasci, cuja cultura, a beleza paisagística de seu casario, e a cordialidade do seu povo, ajudaram na minha formação. É sempre motivo de inspiração e de luta. Espero que brevemente ele recupere a sua pujança e volte a ser o berço da cultura e do desenvolvimento do nosso Estado.
Sarney Filho (PV)
Presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


“Identidade cultural multiétnica"

São Luís do Maranhão, invadida por portugueses, franceses, holandeses, dizem até que por ingleses, mas construída pelo povo brasileiro. Um povo místico, valente, trabalhador, guerreiro. Quantas guerras aconteceram até que um dia a paz se fez, e surgiu o primeiro núcleo de povoamento, na Praia Grande em 1612, às margens do rio Bacanga. Escolhida aquela terra por oferecer alimentos, água e uma natureza paradisíaca. Ponto estratégico, disputado por todos que queriam dominá-la, para ali viver bem, em virtude da generosidade da natureza. A expansão espacial se fez de forma linear, de tal maneira que São Luis já em 1844 demonstrava um crescimento urbano considerável. Sua identidade cultural é multiétnica, mestiça, sobretudo impregnada de brasilidade. Expressando uma cultura única, viva, feita de crenças, costumes e maneiras de viver que não se encontra em nenhum lugar do mundo. Em sua arquitetura tradicional de sobrados azulejados do século XVIII, XIX se expressaram os artistas, os artesãos, os construtores, com suas marcas de “abrasileiramento” embora possa se distinguir a arquitetura portuguesa, francesa, inglesa e brasileira. Em São Luís construiu-se a unificação da vida cultural nordestina, para a defesa da cultura brasileira. Um patrimônio artístico que aflora nos monumentos históricos, em suas festas, em suas brincadeiras tradicionais, em sua culinária, em sua gente inigualável. Deus salve São Luís em seu “Quarto Centenário”. Deus salve o povo de São Luís em seus quatrocentos anos de trabalho, de sofrimento, de festa e alegrias.
Nice Lobão (PSD)
Ex-vice presidente da Comissão de Educação e Cultura

"Uma gestão mais humanizada”

Imagino que São Luís, como Patrimônio Cultural da Humanidade, tem que ser preservada e valorizada à altura do título que tem. Falta uma gestão municipal mais humanizada, que valorize o grande potencial que a nossa capital tem. A infraestrutura é uma das áreas que deve ter prioridade na gestão da capital maranhense. Cito como exemplo as obras que o governo estadual vem executando na capital, como a Avenida Via Expressa. Isso é um exemplo de boa gestão.
Ricardo Archer (PMDB)
Membro da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados




Por Gil Maranhão
Edição Henrique Machado

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